segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Considerações sobre os 29

Se alguém me perguntasse há 10 anos o que eu estaria fazendo às porta dos 30, minha previsão teria sido um fiasco. Não ter feito o que planejei carrega consigo muitas coisas boas. Muitas dessas coisas sãos os amigos que fiz e sobretudo a amizade mais preciosa: Rosa. Como eu poderia ter conhecido minha esposa alagoana e arretada se eu tivesse mantido o plano original de fazer mestrado e doutorado na França? E se eu não tivesse participado de um projeto missionário na universidade dela lá pelos idos de 2003? Minha vida tomou rumos muito inusitados quando me decidi pela carreira missionária; e não tenho do que reclamar. Na verdade tenho.

Na verdade tenho e nem tem muito a ver com a vida de missionário. Tirando o perrengue que é pagar as contas a cada mês eu vivo lá uma vida bem interessante. O problema mesmo é que não tenho achado a minha vida muito interessante ultimamente. Eu sou um missionário-designer. Isso por si só já deveria encher minha vida de exclamações, e de certa maneira enche. Em muito do que faço, preciso tirar leite de pedra: à vezes falta conhecimento, às vezes falta recurso (sempre falta esse aí), às vezes o equipamento já não aguenta o tranco. De vez em quando falta tudo junto e o que sobra é só uma dose a mais de boa-vontade e coragem pra fazer uma vinheta em altadefinição num pc de 1gb de memória. E eu faço tudo pra Deus com o coração repousado na certeza de que isso é tão relevante quanto o que o Mark Driscoll faz por aí.

Mas de uns tempos pra cá eu ando melancólico. E não só por perceber que é cada vez mais difícil encontrar gente disposta a investir nisso e permitir que eu e minha esposa continuemos a viver essa aventura maluca que é usar design multimídia pra comunicar o amor de Deus. Sim, sou missionário em tempo integral. E isso conta as horas em que só faço burrice. Ando melancólico, um tanto solitário (mais que o normal). A vida anda tão morosa. Tão mais da mesma. Sinto que ando com uma camisa de força enquanto todo mundo diz que isso é coisa da minha cabeça.

Um comentário:

Davi Chaves disse...

Pow, Renner... te daria um abraço agora...