terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Na mochila

São 3 da madrugado. O sono não passou e nem deixou lembrança. Há uma hora atrás, para alegria dos meus vizinhos, eu estava lavando minha mochila. Desde que me mudei pra Maceió ela estava encostada (e muito suja) num canto de um quartinho do meu escritório. Tirei o grosso com as mãos e deixei o resto com a máquina de lavar. Ela parece novinha.

Comprei essa mochila na época em que a Lucélia ainda morava na Ilha do Governador e nem sonhava em namorar o Gil, tão pouco ser a primeira dama do Alfa e Ômega. Ou será que sonhava? Que ela venha aqui dirimir qualquer dúvida. Mas o caso é que a mochila já tem uma bagagem de história, se me permitirem o trocadilho. Lembro perfeitamente de onde, como e com quem a comprei: Shopping Ilha Plaza, na Redley e na companhia da Alessandra Dantas (que hoje é mãe e vive com a família em Moçambique). Confesso que foi ela quem me convenceu a comprá-la. Custou exatos R$ 249,90. Isso era um assalto pra mim que sempre fui muito canguinha com o que não fosse livro. Pior que ainda tive de comprar um par de meias pra poder dividir em cinco vezes. Vivo repetindo que foi uma das melhores aquisições da minha vida.

Ela chegou num tempo em que mochila era quase uma extensão natural do meu corpo. Se você me visse, lá estava ela quase como um casco amalgamado em mim. Em ocasiões informais e, pasmem, até formais, lá estava ela abrigando as minhas preciosidades. Entenda-se por preciosidade uma escova de dente, meu par de óculos, alguns livros, carderninhos pra escrever meus poemas ou qualquer outra coisa que me fosse tão importante quanto o oxigênio. Bons tempos em que tudo que precisava (ou acreditava que precisasse) cabia dentro de uma dessas.

Enquanto ela seca no varal da varanda (varal... varanda mmm que estranho) eu fico aqui escrevendo e pensando nas preciosidades que lhe darão conteúdo. Não terá uma escova de dentes porque agora eu sou um rapaz casado e não durmo fora de casa. De resto um clorets resolve. Mas vai carregar livros (do Brennan Manning no momento) e meus inseparáveis caderninhos que andam a receber mais imagens pictóricas que poéticas. E o item mais importante: uma foto da minha esposa, só pra minha mochila se dar conta que no fim do dia eu tenho um lugar pra onde sempre quero voltar.

Um comentário:

André von Held Soares disse...

Mas é um apaixonado incorrigível, hem?
Vê se enfia umas 3 mudas de roupa, coloca a Rosa dentro e dá uma passada aqui em casa, canalha!
Mas canalha de família!