domingo, 15 de julho de 2007

OTerrível Malaman!

De todos os grandes vilões da história, nenhum me criava tantos calafrios quanto Malaman. Sei hoje que esses meus arrepios não eram assim tão solitários. Acabei por descobrir, com o tempo, que muita gente também o temera. Apesar de nunca ter visto uma foto ou ilustração, ele deveria ser terrível. Uma espécie de gigante numa malha bem apertada com um "M" vermelho de sangue escorrendo no peito. Malaman era pra mim o próprio senhor das trevas. O mal encarnado, a última besta do apocalipse, o derradeiro professor de química...

Atire a primeira pedra quem nunca se contorceu ao ouvir essa oração:

"Não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do Malaman"

sábado, 7 de julho de 2007

Restituição

"Restitui. Eu quero de volta o que é meu.."


Depois de cantar essa música, pela primeira vez fiquei pensando sobre as coisas que perdi. Minhas tendência mais natural é pensar que o que perdi me foi tirado. Culpo principalmente o diabo, e num arroubo de autoridade o encosto na parede exigindo minhas coisas de volta.

Parando pra pensar mais seriamente sobre isso, me pergunto se a questão não seria ainda muito pior. Será realmente que as coisas mais importantes me foram tiradas por meio de algum ardil diabólico? Não. Minhas perdas são mais tristes. Reconheço que a maioria das coisas que perdi nào me foram roubadas. Elas foram simplesmente entregues por mim mesmo, ou ainda pior - foram literalmente colocadas de lado como um brinquedo que perde o encanto assim que se ganha um novo.

Quer tristeza maior que a não compreensão das verdades espirituais. Em raros momentos da minha vida eu tenho uma perspectiva clara do mundo espiritual. Quase sempre meus olhos estão embaçados por uma espécie de névoa que paira sobre as coisas realmente importantes. E é como se essa máquina de fumaça estivesse nas minhas próprias mãos. Não consigo dar valor real às coisas. Me sinto como Esaú, trocando a bênção de sua primogenitura por um prato de lentilhas. Não sei dar valor valor às coisas importantes, e em muitos momento eu inverto os valores.

Sou um homem rude para o mundo invisível, e há uma nuvem de pessimismo rondando o meu horizonte.

terça-feira, 3 de julho de 2007

Medíocre, eu?

Mediocridade é uma palavra que acabou ganhando um peso muito maior do que realmente se pretendia. Chamar uma pessoa de incompetente, burro ou zero à esquerda é ruim, mas chamar de medíocre é muito pior. O medíocre é o indivíduo que anda sempre na média e nunca se destaca em muita coisa. Ele passa sem ser notado - quase um vulto. Faça um pequeno teste: quando você pára pra pensar em algum colega de classe que se destacava vc pensa em quem? Eu penso normalmente em quem era muito bom e também em quem era excelentemente ruim. Já viu alguém se destacar porque tirou um sete? Talvez conseguisse se fosse em alguma prova de cálculo, onde sete significa quinze, numa escala de zero a dez. Estar na média pode ser confortável pra muita gente, mas ser chamado de medíocre é um insulto que tira outro tanto de gente do sério. Inclusive a mim.

Dia desses eu me peguei pensando sobre a mediocridade em que o meu relacionamento com Deus às vezes se esbarra. Fiquei me perguntando como alguém que tenta ser excelente em tudo (até patologicamente excelente) pode se conformar com uma experência tão superficial com Deus, se acomodando a uma vidinha meia boca, pautada simplesmente pelo que é tangível e natural. Isso anda me roubando o sono, e numa época em que pouquíssimas coisas são capazes de fazê-lo. Isso me consola de alguma forma. Meu coração embrutecido ainda sente alguma dor.

Depois de terminar a leitura de A Batalha De Todo Homem, cheguei a uma conclusão aparentemente contraditória: Meu relacionamento com Deus não tem nada de medíocre. Eu sou completamente bem sucedido no meu relacionamento com Deus, mas dentro dos moldes que eu mesmo estipulei: um relacionamento meio a meio, onde o padrão de Deus foi emaranhado com o meu. Onde eu consigo equacionar perfeitamente as minhas mazelas com meu passaporte pro céu. Sou bem sucedido porque bem no fundo (e não confesso isso sem me estremecer), é exatamente isto que eu quero: uma jornada onde a minha mão não entregue, de maneira alguma, a direção do leme. Acaba que Jesus, que era pra ser Salvador e Senhor, é destituído do senhorio e eu assumo a função.

Não quero esse tipo de vida. Não quero esse tipo de sucesso. Quero voluntariamente entregar tudo, mesmo que pra isso eu precise muito de Sua ajuda.