quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Até o fim de semana sai uma postagem nova nesse mausoléu de palavras aqui.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Identificação

Dia desses foi o aniversário do Wellerson, meu primo-irmão. O pai dele é irmão do meu pai e a mãe, irmã da minha mãe. É, interior tem dessas coisas meio puxadas pra famílias aristocráticas. Recebi um scrap dele no orkut agradecendo os parabéns e comentando que havia descoberto esse meu parlatório digital. Nas palavras dele:

"Cara, essa semana andei vendo seu blog "Palavras Olvidas" (Absurdo! Só agora o descobri), muito bom msm, confesso que tem hora dá até medo tamanha a minha identificação com aquilo q vc escreve rs"


Ler esse comentário acabou por desencadear uma avalanche de pensamentos despretensiosos sobre identificação e eu os transcrevo aqui como quem pensa alto.

Não preciso fazer esforço algum para rememorar muitos dos meus momentos de identificação. A maioria deles se deu em alguma página de livro - poesia, em boa parte disso. Mas não posso esquecer das conversas profundas ou mesmo superficiais. Identificação é um troço que me fascina. Cheguei a escrever algo sobre isso num post antigo sobre o orkut, mas o assunto nunca se esgota.

Identificação pra mim sempre começa na solidão. No ruminar solitário dos pensamentos, nos olhares vagos, nas digressões sobre o travesseiro. E normalmente isso nunca é um processo acelerado. É introspectivo por natureza, o que não quer dizer que se dê com gente introspectiva apenas. A identificação é um fenômeno comunicativo, não necessariamente verbal. A comparação seguinte vai ser bem forçada e por isso eu aviso de antemão. Identificação ter a ver, pra mim, com estar sentado sozinho na areia de uma praia deserta. A gente ficá lá, absorto olhando em direção ao horizonte até o dia em que alguém senta ao nosso lado. Não estamos sozinhos. Às vezes só nos esquecemos disso.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Dos meus sonhos

Meu coração anda cauterizado. Isso não aconteceu da noite pro dia. Se fosse assim, eu teria percebido e feito algo num tempo mais oportuno. O que responder nessas horas quando alguém pergunta sobre o que ando sonhando? Ao chegar ao último encontro da liderança nacional do Alfa e Ômega eu não me sentia nada além do que uma folha em branco. Uma folha em branco precisando responder com o que tem sonhado. Se tivessem conversado comigo antes, não teriam feito uma pergunta tão cruel. Eu precisei fazer o que definitivamente não fazia há tempos: parar e escavar os monturos do meu coração em busca de uma resposta minimamente decente.

Se me perco a olhar o que me cerca, não há sonho que se configure tampouco esperança que me alimente. Fico abismado ao perceber que preciso de tão pouco pra me desesperar, mesmo que o desespero não seja algo que alguém possa identificar simplesmente me olhando. Mas sou assim: rude para as coisas espirituais. Um menino aprendendo a ser homem. Digressões à parte, o que me impulsiona a escrever essas linhas é de caráter onírico: meus sonhos; ou simplesmente o silêncio deles.

Às vezes me pego pensando na minha falta de esperança. Eu, que me considero tão esperançoso. Penso se toda minha esperança não seja, na verdade, um sintoma da minha dificuldade de lidar com as adversidades. Por não saber o que fazer, me projeto para o futuro na expectativa de que coisas melhores virão; mesmo sem ter nenhum indício concreto disso. Acabo criando com isso uma falsa idéia de que simplesmente descanso nos braços do Pai. Na maioria do tempo esse sou eu. Esse é o meu modus operandi. De uns tempos pra cá, contudo, eu venho desenvolvendo novos hábitos. Ao invés de ignorar os problemas, tenho me concentrado sobremaneira neles e por isso me vejo preso demasiadamente ao presente. Deveria estar um tanto satisfeito por conseguir o que raramente alcanço. Ledo engano. Nunca estou satisfeito. Nunca sinto que alcancei.

Como pincelei antes, minha incapacidade de sonhar está diretamente ligada aos meus olhos que não se cerram. Eles estão ávidos a contemplar minha sequidão, meu descompasso, minha inércia. Como sonhar quando não se adormece? Como sonhar quando não nos aquietamos nos braços dAquele que pode nos prover a tranquilidade dos pastos verdejantes e o refrigério das águas tranquilas? Eu não tenho sonhado simplesmente porque não tenho dormido.

Colocando as coisas dessa forma, sou tentado a pensar que a solução deva ser tão simples quanto a proposição do problema. E talvez realmente seja simples e eu não consiga me desvencilhar dessa eterna necessidade de querer complicar demais as coisas. Nessas horas eu me volto às palavras de Jesus: quem não se tornar como uma criança não poderá ver o reino dos céus. É dessa forma que preciso me aproximar de Deus. Eu o fitarei com os olhos vermelhos de quem insiste em permanecer acordado e Ele me dirá ao pé do ouvido: é hora de dormir, meu filho. Assim, ele me tomará nos braços a fim de que eu possa seguramente adormecer e sonhar os sonhos que ele colocará no meu coração.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Religiosidade



Como cristão, às vezes, não passo de um ateu praticante.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Jesuscidências



Eu estava, como de costume, passeando pelo blog do Eduardo Mano e me deparei com esse post aqui. Fiquei meio abobado porque eu mesmo poderia tê-lo escrito quase que integralmente há alguns meses. Mesma situação, mesmo pensamento e, jesuscidentemente, a mesma reação:


Aproveito pra indicar veementemente a leitura do blog do Mano. Ele já figura em meus prediletos e humildemente indico como um lugar bem melhor que esse aqui. Se gostou e quiser usar, pode baixar.

quinta-feira, 4 de março de 2010

O menino triste


É isso que dá a gente abrir a porteira. É possível ser feliz estando triste? Sim: desenhando sobre a minha tristeza. Aliás, tenho estado melancólico de dar inveja a Álvares de Azevedo.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Felicidade


Essa postagem foge completamente à regra desse blog, mas desenhar sempre foi uma das minhas felicidades. Estou fazendo essa ilustração aí no Illustrator. Só precisava registrar.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Na mochila

São 3 da madrugado. O sono não passou e nem deixou lembrança. Há uma hora atrás, para alegria dos meus vizinhos, eu estava lavando minha mochila. Desde que me mudei pra Maceió ela estava encostada (e muito suja) num canto de um quartinho do meu escritório. Tirei o grosso com as mãos e deixei o resto com a máquina de lavar. Ela parece novinha.

Comprei essa mochila na época em que a Lucélia ainda morava na Ilha do Governador e nem sonhava em namorar o Gil, tão pouco ser a primeira dama do Alfa e Ômega. Ou será que sonhava? Que ela venha aqui dirimir qualquer dúvida. Mas o caso é que a mochila já tem uma bagagem de história, se me permitirem o trocadilho. Lembro perfeitamente de onde, como e com quem a comprei: Shopping Ilha Plaza, na Redley e na companhia da Alessandra Dantas (que hoje é mãe e vive com a família em Moçambique). Confesso que foi ela quem me convenceu a comprá-la. Custou exatos R$ 249,90. Isso era um assalto pra mim que sempre fui muito canguinha com o que não fosse livro. Pior que ainda tive de comprar um par de meias pra poder dividir em cinco vezes. Vivo repetindo que foi uma das melhores aquisições da minha vida.

Ela chegou num tempo em que mochila era quase uma extensão natural do meu corpo. Se você me visse, lá estava ela quase como um casco amalgamado em mim. Em ocasiões informais e, pasmem, até formais, lá estava ela abrigando as minhas preciosidades. Entenda-se por preciosidade uma escova de dente, meu par de óculos, alguns livros, carderninhos pra escrever meus poemas ou qualquer outra coisa que me fosse tão importante quanto o oxigênio. Bons tempos em que tudo que precisava (ou acreditava que precisasse) cabia dentro de uma dessas.

Enquanto ela seca no varal da varanda (varal... varanda mmm que estranho) eu fico aqui escrevendo e pensando nas preciosidades que lhe darão conteúdo. Não terá uma escova de dentes porque agora eu sou um rapaz casado e não durmo fora de casa. De resto um clorets resolve. Mas vai carregar livros (do Brennan Manning no momento) e meus inseparáveis caderninhos que andam a receber mais imagens pictóricas que poéticas. E o item mais importante: uma foto da minha esposa, só pra minha mochila se dar conta que no fim do dia eu tenho um lugar pra onde sempre quero voltar.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Considerações sobre os 29

Se alguém me perguntasse há 10 anos o que eu estaria fazendo às porta dos 30, minha previsão teria sido um fiasco. Não ter feito o que planejei carrega consigo muitas coisas boas. Muitas dessas coisas sãos os amigos que fiz e sobretudo a amizade mais preciosa: Rosa. Como eu poderia ter conhecido minha esposa alagoana e arretada se eu tivesse mantido o plano original de fazer mestrado e doutorado na França? E se eu não tivesse participado de um projeto missionário na universidade dela lá pelos idos de 2003? Minha vida tomou rumos muito inusitados quando me decidi pela carreira missionária; e não tenho do que reclamar. Na verdade tenho.

Na verdade tenho e nem tem muito a ver com a vida de missionário. Tirando o perrengue que é pagar as contas a cada mês eu vivo lá uma vida bem interessante. O problema mesmo é que não tenho achado a minha vida muito interessante ultimamente. Eu sou um missionário-designer. Isso por si só já deveria encher minha vida de exclamações, e de certa maneira enche. Em muito do que faço, preciso tirar leite de pedra: à vezes falta conhecimento, às vezes falta recurso (sempre falta esse aí), às vezes o equipamento já não aguenta o tranco. De vez em quando falta tudo junto e o que sobra é só uma dose a mais de boa-vontade e coragem pra fazer uma vinheta em altadefinição num pc de 1gb de memória. E eu faço tudo pra Deus com o coração repousado na certeza de que isso é tão relevante quanto o que o Mark Driscoll faz por aí.

Mas de uns tempos pra cá eu ando melancólico. E não só por perceber que é cada vez mais difícil encontrar gente disposta a investir nisso e permitir que eu e minha esposa continuemos a viver essa aventura maluca que é usar design multimídia pra comunicar o amor de Deus. Sim, sou missionário em tempo integral. E isso conta as horas em que só faço burrice. Ando melancólico, um tanto solitário (mais que o normal). A vida anda tão morosa. Tão mais da mesma. Sinto que ando com uma camisa de força enquanto todo mundo diz que isso é coisa da minha cabeça.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Confissões

É madrugada e eu estou sem sono. Minha esposa já dormiu faz tempo e eu aqui atrapalhando seu sono com a luz do computador. A portabilidade dos laptops veio pra destruir os casamentos. Venho aqui deixar algumas confissões na esperança de que minha alma seja sarada (leia-se: estou entediado). Vamos lá:

Eu queria ser cartunista pra destilar meu mau-humor de forma bem-humorada;

Canto músicas do José Augusto, mas se me perguntarem eu nego;

Tento ser original copiando os outros;

Tenho baixa autoestima mas no fundo me acho o cara;

Não valho o pano menstruado de uma cigana destentada;

Estrago toda igreja da qual participo;

Sou mau feito o pica-pau;

Acredito que Jesus não se parece com nada do escuto por aí;

Não odeio ninguém, simplesmente porque não me importo o suficiente;


... fiquei entediado.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Cordel de Jampa 2010

Escrevi esses versinhos para o Projeto de verão do Alfa e Ômega que aconteceu em João Pessoa. Até que gostei.

Em pleno mês de janeiro
Um povo muito faceiro
Vindo de tudo que é canto
Se aprumou na Paraíba

Trazendo um riso cantado
Esse povo aluminado
Vai gritando aos cantos
O Autor da nossa vida

Numa tal conexão
Alinhando coração
No campus então se ouvia
A verdade que ressoa

E um mundaréu vai sorrindo
Quando se vê descobrindo
Que Jesus Cristo alumia
Mais que o sol de João Pessoa

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Resisti a fazer essa postagem na passagem de ano e por isso memso espero que ela tenha mais força:

Esse ano eu vou escrever mais!