terça-feira, 3 de julho de 2007

Medíocre, eu?

Mediocridade é uma palavra que acabou ganhando um peso muito maior do que realmente se pretendia. Chamar uma pessoa de incompetente, burro ou zero à esquerda é ruim, mas chamar de medíocre é muito pior. O medíocre é o indivíduo que anda sempre na média e nunca se destaca em muita coisa. Ele passa sem ser notado - quase um vulto. Faça um pequeno teste: quando você pára pra pensar em algum colega de classe que se destacava vc pensa em quem? Eu penso normalmente em quem era muito bom e também em quem era excelentemente ruim. Já viu alguém se destacar porque tirou um sete? Talvez conseguisse se fosse em alguma prova de cálculo, onde sete significa quinze, numa escala de zero a dez. Estar na média pode ser confortável pra muita gente, mas ser chamado de medíocre é um insulto que tira outro tanto de gente do sério. Inclusive a mim.

Dia desses eu me peguei pensando sobre a mediocridade em que o meu relacionamento com Deus às vezes se esbarra. Fiquei me perguntando como alguém que tenta ser excelente em tudo (até patologicamente excelente) pode se conformar com uma experência tão superficial com Deus, se acomodando a uma vidinha meia boca, pautada simplesmente pelo que é tangível e natural. Isso anda me roubando o sono, e numa época em que pouquíssimas coisas são capazes de fazê-lo. Isso me consola de alguma forma. Meu coração embrutecido ainda sente alguma dor.

Depois de terminar a leitura de A Batalha De Todo Homem, cheguei a uma conclusão aparentemente contraditória: Meu relacionamento com Deus não tem nada de medíocre. Eu sou completamente bem sucedido no meu relacionamento com Deus, mas dentro dos moldes que eu mesmo estipulei: um relacionamento meio a meio, onde o padrão de Deus foi emaranhado com o meu. Onde eu consigo equacionar perfeitamente as minhas mazelas com meu passaporte pro céu. Sou bem sucedido porque bem no fundo (e não confesso isso sem me estremecer), é exatamente isto que eu quero: uma jornada onde a minha mão não entregue, de maneira alguma, a direção do leme. Acaba que Jesus, que era pra ser Salvador e Senhor, é destituído do senhorio e eu assumo a função.

Não quero esse tipo de vida. Não quero esse tipo de sucesso. Quero voluntariamente entregar tudo, mesmo que pra isso eu precise muito de Sua ajuda.

2 comentários:

André Gama disse...

Renner,
Também não quero misturar o padrão de Deus à minha falta de padrão... Suas palavras produziram também uma revolta no meu coração. Estou cansado de viver o que é tangível. Ele pode fazer muito mais! Consegui me ver no teu texto... Corramos, pois!
Abraços!
Preto

André von Held Soares disse...

Essa vida nos rouba muita realidade, não é mesmo?
A gente acaba só se percebendo dentro do mundo das coisas visíveis.
Mas estou convencido de que existem verdadeiros dragões e fadas (ou o que for mais interessante - é só pra construir a idéia do mito mesmo) num mundo projetado por Deus, do qual podemos experimentar.
Voemos, pois!
Beijos mil.
O outro André