quinta-feira, 30 de abril de 2009

De toda tristeza que tens,
a que sangra-me a alma
são teus olhos vazios.

Quisera ter nuvens
que te levassem a calma
murmurante dos rios.

Quisera, qual Atlas, às costas
levar teu cansaço
de vida à deriva.

Quisera, em resposta
a todo fracasso
de fazer-te viva,

Levar-te a tristeza
marcada e profunda
de cicatriz.

Mas sobra a aspereza
nauseabunda
do que não fiz.

5 comentários:

Miguel Del Castillo disse...

muito bom, rapaz. emocionei-me.

"nauseabunda" encaixou-se surpreendente.

Bianca disse...

que lindo!
emocionante, sim...

Dri D disse...

Perceber minha limitação ao que queria fornecer a outros também me traz tristezas. Eu entendo esse poema particularizando desse forma! Deus vive me confrontando com a verdade de que esse poder pertence a Ele. Me fez lembrar dessa verdade na minha vida. Profundo!

André Decotelli disse...

lindo mano!!!
Demais!

vitrola disse...

Fala Renner!
Ai que eu amei esse texto.

leve, tranquilo e grave