De toda tristeza que tens,
a que sangra-me a alma
são teus olhos vazios.
Quisera ter nuvens
que te levassem a calma
murmurante dos rios.
Quisera, qual Atlas, às costas
levar teu cansaço
de vida à deriva.
Quisera, em resposta
a todo fracasso
de fazer-te viva,
Levar-te a tristeza
marcada e profunda
de cicatriz.
Mas sobra a aspereza
nauseabunda
do que não fiz.